quinta-feira, 22 de março de 2012

Um discurso que surge


Coluna de César Santos - Jornal de Fato – Mossoró - RN 22/03/2012
Interino: Edilson Damasceno

As recentes condenações de políticos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) levantam uma boa discussão, a qual merece ser tratada com seriedade. Está claro, pela Lei da Ficha Limpa, que quem tiver contas reprovadas por má aplicação dos recursos públicos não poderá disputar cargo eletivo.

Ocorre que alguns que caíram na “malha fina” do TCE insistem em propagar suas pré-candidaturas, em clara afronta à decisão do colegiado, fomentando algo que vai ser barrado mais na frente. A estratégia é clara, simples e óbvia: obter o discurso de vítima.

Ora, a vítima, nesse caso, é o eleitor. Ao dizer, afirmar e reafirmar que estão elegíveis, alguns pré-candidatos estão enganando seus eleitores. Como se ninguém tivesse acesso à Internet...

O interino faz uma ressalva nesse ponto: nem todo mundo ainda acessa as informações disponíveis na rede. Daí o plano deles, dos que se enquadram na Ficha Limpa, para dar sequência a algo que tende a ser danoso à democracia. É como se estivessem alheios, indiferentes ou imunes à aplicação da Legislação Eleitoral.

Não se pode partir para uma campanha já mentindo. Imagine aí como será esse prefeito ou prefeita. Se a mentira começa na pré-campanha, se eleito, o mandato deve ser marcado por outras bem maiores. Não foi à toa que o Brasil se mobilizou para que a Lei da Ficha Limpa fosse aprovada.

O povo não aguenta mais corrupção, desonestidade e má aplicação das verbas públicas. Quem quer administrar uma cidade precisa, antes de tudo, ter a consciência limpa e tranquila, já que comandará o futuro de uma cidade por quatro anos.

Se a pessoa já entra em um processo sucessório fingindo ter uma conduta ilibada, certamente não se pode esperar grande coisa futuramente. É preciso parar com essa prática ultrapassada de fazer política. O mundo mudou. O eleitor está mais consciente da sua realidade.

O discurso que surge em alguns municípios da região, de ludibriar o eleitor para externar o discurso de vítima, é coisa do passado. Político que insiste nessa prática deve se reciclar ou se afastar definitivamente da vida pública. Não pegará ninguém de surpresa se o TRE negar algumas candidaturas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário