A luta do vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD) para se
viabilizar como o candidato à sucessão estadual 2014 tem outro objetivo
por trás da cortina: a reeleição do filho, deputado federal Fábio Faria
(PSD).
Robinson é consciente da difícil missão.
As dificuldades, inclusive, podem ser ainda maiores do que ele
imagina, tendo em vista a “revoada” de aliados e cabos eleitorais da
campanha de 2010. Naquele ano, com Robinson comandando a azeitada
estrutura da Assembleia Legislativa, viabilizou um batalhão de soldados
na campanha do filho. Vários deputados estaduais foram juntos,
fortalecendo as bases eleitorais que garantiram uma votação acima da
média para o seu herdeiro.
De lá para cá, muita coisa mudou.
Robinson não tem mais a caneta – e a conta – da AL, muito menos a
estrutura para manter os colégios eleitorais em torno do filho. Os
deputados estaduais que estavam com ele quase todos se afastaram,
restando apenas José Dias e Gesane Marinho, ambos do PSD, mas sem
garantia de apoio. Dias depende dos Alves para renovar o mandato e
Gesane precisa de estrutura para renovar o mandato, o que Robinson não
tem para oferecer.
Para se ter ideia do esvaziamento da base de Robinson, em Mossoró o
vice-governador não conta sequer com o apoio do presidente local do PSD,
Silveira Júnior, que preside também a Câmara Municipal e a Federação
das Câmaras Municipais do RN (FECAM).
Silveira pretende concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa,
devendo fazer dobradinha com um candidato à Câmara dos Deputados da base
governista. O deputado Henrique Alves, do PMDB, já o convidou. O
democrata Betinho Rosado também pretende se aproximar.
Para não causar constrangimento, é provável que ele saia do PSD para o novo partido, o MD.
A situação se repete em todo o Estado.
No Alto Oeste, onde Fábio teve apoio importante em 2010, perdeu a
simpatia do deputado estadual Raimundo Fernandes, que hoje segue a
orientação do presidente da AL, Ricardo Motta. Aliás, é na força de
Motta que Fábio desce a ladeira. Motta jogará toda a estrutura em prol
da candidatura do seu filho, vereador de Natal Rafael Motta (PP), à
Câmara dos Deputados.
Deputados que eram liderados de Robinson, quando este presidiu a AL, hoje são fiéis a Ricardo Motta.
Para piorar, Fábio não ajudou o pai a manter a sua base
político-eleitoral. Pelo contrário. Sempre esteve distante, preferindo
se concentrar na arte de namorar celebridades (Sabrina Satto, Adriana
Galisteu, Priscila Fantin, Maryeva Oliveira, entre outras) e firmar
negócios empresariais com personalidades do sul do País.
Com a base esfacelada e um filho que só pensa no mundo fashion,
Robinson Faria faz das tripas coração para manter vivo o projeto
político de 2014.
Fonte: blog do César Santos/Jornal de Fato
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