Deputada Márcia Maia: “PSB só irá definir candidatura em 2014”

A deputada estadual Márcia Maia, presidente do diretório do PSB em Natal, avalia que está muito cedo para definição de candidatos para o pleito eleitoral do ano que vem, o que inviabiliza uma declaração de apoio agora, como deseja o vice-governador Robinson Faria, presidente estadual do PSD e pré-candidato do partido a governador. Ele também abre as portas do PSB ao diálogo com o PMDB, caso este rompa efetivamente com o governo Rosalba Ciarlini e passe a integrar os quadros da oposição estadual. Para a socialista, o PT “pode ser sim um grande parceiro” do PSB nas eleições de 2014. Sobre a candidatura de Carlos Eduardo, Márcia lembra que o prefeito tem dito que não irá abandonar Natal para disputar o governo. Confira a entrevista com de deputada Márcia Maia.

O Jornal de Hoje – O PSB tem um acordo com o PSD?

 
Márcia Maia – Estamos conversando com os partidos com os quais temos afinidade ideológica e que estão no mesmo campo da oposição à gestão estadual. Tivemos rodada de diálogo com vários partidos. Conversamos com PC do B, com o PT e, na sexta-feira passada, com o PSD. É natural, porque temos afinidade de pensamento. A reunião foi para afinar mais ainda nossas posições, estarmos mais próximos, escutarmos a avaliação do PSD, a conjuntura local, e eles nos escutarem. Ficou acordado que caminharemos junhos, mas não discutimos candidaturas. Falamos mais da necessidade de um projeto para o RN, do que essencialmente sobre candidaturas. Houve um acordo nesse sentido. Iríamos nos reunir mais, construir junto com a população, um projeto de desenvolvimento para o RN.

JH – O PSB vai apoiar Robinson para o governo?

 
MM – Não foi discutido isso. O PSB continua com a mesma posição de sempre. Não vai ter definição sobre candidaturas antes de 2014.

JH – Wilma tem dito que vai para a Câmara, mas pode disputar o governo ou o Senado?

 
MM – Wilma tem dito que tem preferência pelo legislativo, e cita a Câmara Federal. Mas a gente não pode antecipar os fatos, não pode ter ansiedade. Entendo a ansiedade da imprensa, que quer uma decisão logo, não apenas na imprensa, mas de pessoas que militam. É natural porque o ano que vem é eleitoral, mas não vamos antecipar. Temos respeito pelo vice-governador, presidente do PSD, Robinson Faria. Temos afinidade, estivemos juntos, depois ele tomou um rumo diferente. Depois ele se arrependeu, até pelo desastre da gestão, rompeu com o DEM. Temos afinidade e entendemos que devemos fazer a oposição responsável e séria. Está em jogo o destino da população, que tem sofrido com o descaso do DEM, com o descaso em todas as políticas públicas.

JH – O PMDB através de Walter sinaliza o rompimento, isso aproxima o PMDB da oposição?

 
MM – Eu acho que o PMDB se distanciou da oposição na medida em que passou a apoiar o governo, com ocupação de espaço. A posição do PMDB a gente respeita, cada um toma a posição que acha necessária. O PMDB se afastou de todos nós. Na campanha passada, uma parte apoiou Rosalba, e outra, o nosso candidato, Iberê Ferreira de Souza. Mas, logo depois, o PMDB ficou unido em torno da gestão de Rosalba. Mas, as portas estão abertas ao diálogo com quem queira somar conosco nos projetos e propostas que queremos apresentar de melhor para o RN.

JH – O PSB poderá compor com o PMDB para o governo do Estado?

 
MM – Não posso afirmar que a gente pode compor. A gente pode conversar. Com o PMDB ficando distante do governo, nós podemos conversar. Aliás, independente de qualquer situação, não fechamos as portas. Dialogar é fundamental. Mas, na hora que o PMDB está compondo com o governo que nós fazemos oposição, essa situação nos afasta. Mas, havendo o rompimento, se acontecer, obviamente a gente tem como conversar, se aproximar mais.

JH – Que acha da candidatura de Walter Alves a governador?

 
MM – Acho que o PMDB tem todo o direito, o direito legítimo de ter candidatura própria. Respeitamos o desejo do PMDB de ter candidatura própria. É o desejo do PMDB, do deputado Walter, apesar de ele ter afirmado que não deseja. Mas, obviamente, ele é jovem, com capacidade e com condições de pleitear o cargo.

JH – E o PT, que tipo de parceria o PSB vai buscar com este partido?

 
MM – Nós temos afinidade com o PT a nível nacional e local, no nível local há muitos anos. Temos tido as mesmas posições há bastante tempo. Eu tenho uma admiração muito grande pela deputada federal Fátima Bezerra, pelo deputado Fernando Mineiro, que é meu colega. Pode ser sim um grande parceiro nosso no próximo ano. Vamos conversar com mais detalhes quando estiver mais próximo do pleito.

JH – E essa história de que Carlos pode ser candidato a governador, o PSB é simpático, já que ficaria com a prefeitura?

 
MM – O PDT também é um partido que pode ter sim candidato próprio, mas eu tenho escutado do próprio prefeito Carlos Eduardo que não irá disputar e que não faz parte dos planos dele, e do PDT, ter candidatura ao governo. Até porque ele foi eleito para passar quatro anos na Prefeitura. E Natal estava destruída, e o prefeito está tendo muito trabalho. O foco dele é se dedicar à reconstrução. Conseguiu em várias áreas organizar, mas em outras a destruição é grande e para reconstruir ele precisará de mais tempo. Não credito que ele vá deixar Natal para disputar o governo do Estado. Até porque ele disse que não faria isso de forma nenhuma. Disse antes da campanha, durante e agora como prefeito.

Fonte: Portal JH