quinta-feira, 20 de março de 2014

Aliança proporcional pode inviabilizar acordo do PSD e PT para majoritária

Ontem (19), na Band Natal, o presidente estadual do PPS, Wober Júnior, chamava a atenção para a fragilidade da chapa PSD-PT, ainda em discussão, na eleição estadual.

Apesar da vontade de promover a aliança, Robinson Faria (PSD), pré-candidato ao governo, e Fátima Bezerra (PT), postulante ao Senado da República, se deparam com uma equação difícil de resolver: as chapas proporcionais - deputado federal e deputado estadual.

O PT quer aliança para chapa majoritária, mas quer ficar livre na proporcional. Por um motivo muito simples: Fábio Faria, filho de Robinson, deve superar qualquer candidato mais forte do PT para deputado federal. Ou seja, a vaga do PT, ocupada por Fátima Bezerra há três eleições, pode cair no colo do político do PSD.

Com um coeficiente eleitoral estimado de 220 mil votos para deputado federal, a coligação PSD-PT deverá conquistar apenas uma cadeira.

O mesmo fenômeno deve ocorrer na Assembleia Legislativa onde os deputados José Dias e Gesane Marinho, ambos do PSD de Robinson, levam vantagem na corrida eleitoral ao lado de candidatos do PT.  Por este prisma, o PT corre o risco de ficar sem representante no legislativo estadual.

Fernando Mineiro pode ser a grande vítima do projeto majoritário do partido. O petista corre riscos na disputa pela reeleição ou por uma vaga de deputado federal, caso o PT confirma Fátima para o Senado. Se optar pela reeleição, Mineiro deve ter mais chances.

Esta engenharia política está tirando o sono dos articuladores da chapa PSD-PT. Neste caso, o medo pode vencer a boa vontade.

O PT já viu este filme na eleição municipal de 2008, quando a legenda ficou de fora da Câmara Municipal de Natal. Naquela ocasião, o partido não conseguiu eleger sequer um representante por causa da aliança com partidos mais fortes eleitoralmente no acordão em torno de Fátima Bezerra.

Agora, o PT quer evitar o fiasco. E o PSD não aceita acordo pela metade, somente na majoritária.

Além do medo natural de derrota na majoritária, Robinson Faria e Fátima Bezerra temem prejudicar seus companheiros de partido na chapa proporcional.

Eles estão à procura de um "matemático" para resolver esta equação.

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