Ciro Marques
Repórter de Política
O PDT vai apoiar o PMDB para o Governo do Estado. A informação foi
confirmada na última sexta-feira, pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo
Alves, presidente estadual do partido. E se engana quem pensa que a
sigla exigiu qualquer cargo na chapa majoritária para garantir o apoio.
Segundo Carlos Eduardo, o apoio foi conseqüência, simplesmente, de uma
opinião dele, de que o nome que o PMDB lançará, o do presidente da
Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, é o melhor nome para o Governo.
“O PDT avaliou que Henrique tem as condições de reerguer o Estado do
RN. Ele vem sendo, através dos mandatos dele, através da investidura na
presidência da Câmara, ele tem demonstrado maturidade política e, por
tanto, as condições de unir forças políticas no Rio Grande do Norte para
resgatar o Estado”, afirmou Carlos Eduardo, praticamente repetindo as
palavras que o pai dele, o deputado estadual Agnelo Alves, proferiu em
janeiro, quando, naquela época, já mostrava uma tendência do PDT ao
apoio ao PMDB.
É importante lembrar que, apesar de parentes (Agnelo é tio de
Henrique e, Carlos Eduardo, primo), os dois estiveram em lados bem
opostos na última campanha eleitoral, quando Carlos Eduardo foi
candidato a prefeito de Natal e Henrique apoiou o nome do deputado
estadual Hermano Morais. Na disputa, vale lembrar, foram várias a troca
de acusações, inclusive entre Carlos Eduardo e o outro primo, Garibaldi
Alves Filho, também apoiador do PMDB, a quem o prefeito chamou de “velho
e radical”.
A favor do PMDB, além da questão familiar, pesou também a presença da
vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, do PSB, na chapa. Se o PMDB
estava em posição oposta, Wilma abriu mão da candidatura para apoiar
Carlos Eduardo, ficando subjugada na condição de candidata a vice.
Neste ano, do outro lado, está o vice-governador Robinson Faria, do
PSD, pré-candidato ao Governo do Estado; e a deputada federal Fátima
Bezerra, do PT, pré-candidata ao Senado. Robinson foi o primeiro, em
2012, a apoiar Carlos Eduardo e havia a expectativa de que, neste
pleito, ele retribuísse esse apoio. Enquanto isso, Fátima Bezerra apoio
Fernando Mineiro no primeiro turno, mas esteve ao lado de Carlos Eduardo
no segundo turno, justamente, contra o PMDB.
O apoio a Henrique, por outro lado, seria conseqüência da “ajuda” que
ele deu, como presidente da Câmara, a obtenção de recursos federais
para Natal. Fátima, porém, afirma que também conseguiu verbas e
convênios, por meio da influência dela no PT, partido da presidente da
República, Dilma Rousseff.
Para evitar a discussão em torno do tema, Carlos Eduardo descartou
tal motivação para a definição do apoio. “Não estou falando em apoio,
porque apoio é uma obrigação de todos os representantes da bancada
federal. Estou falando aqui na candidatura que está melhor preparada,
que tem as melhores condições, pela capacidade de articulação, de
construir um maior consenso em favor do Estado”, afirmou o prefeito.
CARGOS
Carlos Eduardo também fez questão de deixar claro que o apoio a
Henrique não veio motivado por qualquer cargo oferecido pelo PMDB na
chapa majoritária. Especulava-se que, para manter o prefeito de Natal no
grupo, os peemedebistas teriam oferecido a vice-governadoria, tirando
João Maia da disputa. “Isso é especulação. A chapa está proclamada nos
jornais”, garantiu o prefeito. “O PDT vai discutir coligação na chapa
proporcional, para deputado estadual e federal. Temos o nome de
reeleição do deputado Agnelo Alves, temos a provável candidatura de
Sávio Hackradt a deputado federal e de vários companheiros, militantes
do PDT que são candidatos”, acrescentou.
Fonte: Jornal de Hoje
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