“Carlos Augusto é autoritário, centralizador e desatencioso”, dispara ex-assessor de Garibaldi

Peemedebista histórico e assessor de governador Garibaldi Filho quando governador do Estado, o empresário Cid Montenegro mostra-se pessimista com relação ao governo Rosalba Ciarlini, particularmente com a manutenção da aliança do PMDB com o DEM nas eleições do próximo ano. 

Ele entende que o PMDB não tem motivo nenhum para ser solidário com a gestão atual, já que segundo Cid Montenegro, o partido liderado no Estado por Henrique Eduardo e Garibaldi Filho vem sendo tratado como adversário. Mesmo entendendo ser Carlos Augusto Rosado “ser um homem de bem”, Cid Montenegro diz que o secretário chefe do Gabinete Civil  “é autoritário, centralizador e desatencioso”. Nesta entrevista, o empresário, a exemplo de vários outros integrantes do PMDB, defende que o partido apresente candidato a governador. “Se o PMDB não apresentar candidato a governador será o maior erro dos últimos 30 anos”, disse ele. Segue a entrevista:

O JORNAL DE HOJE – Na condição de peemedebista histórico e cidadão que acompanha a política partidária há vários anos, como o senhor analisa o governo Rosalba Ciarlini?

CID MONTENEGRO – O governo é ruim no aspecto administrativo e político em relação aos aliados. Tem uma má gestão por incompetência da equipe de governo ressalvando algumas exceções. Nunca é bom a gente generalizar. Em todos os níveis de governo existem, bons e ruins gestores e no governo do Rio Grande do Norte não é diferente.

JH – No caso da política, o senhor acredita que está faltando um bom articulador?
CM – Acredito totalmente. É como se diz no futebol, time sem meio de campo a bola que vai da defesa não chega ao ataque. O que vemos é habilidade política zero, desprezo e desatenção 1000 com relação aos aliados. Se agripinistas históricos estão insatisfeitos, imagine nós do PMDB.

JH – Como o senhor vê a atuação do secretário Carlos Augusto Rosado, que exerce um cargo estratégico no sistema de governo e assumiu a função com o objetivo de melhorar o relacionamento, principalmente com a Assembleia Legislativa?
 
CM – Carlos Augusto é um homem de bem, mas é autoritário, centralizador e desatencioso. Vi integrantes do PMDB passarem o dia todo na governadoria desejando falar com Carlos Augusto e não foram recebidos. Não receberam nem satisfação.

JH – No seu entendimento, as decisões emergenciais são necessárias nesse momento de dificuldades anunciado pelo governo?
 
CM – São medidas necessárias para o caos que o próprio governo criou. As dificuldades existem, mas com uma boa gestão a situação seria contornada, a exemplo de outros Estados da federação.

JH – O senhor acredita na manutenção da aliança política entre PMDB e DEM nas eleições de 2014?
 
CM – Não acredito. O PMDB tem recebido tratamento de adversário pelo atual governo e a sua situação eleitoral é irreversível. O PMDB não tem motivos para ser solidário com o governo.

JH – Nesse caso, a candidatura própria ao governo seria a melhor alternativa?
 
CM – Qualquer partido na condição do PMDB do Rio Grande do Norte e nas atuais circunstâncias apresentaria candidato a governador. Se o PMDB não lançar candidato será o maior erro da sua história nos últimos 30 anos.

JH – Então, qual seria o nome do PMDB?
 
CM – Já que Garibaldi Filho não deseja ser candidato, ele terá competência, na condição de líder maior, de conduzir esse processo, mas entendo que o partido tem que ter candidato, do contrário, será uma inércia beirando a covardia.

JH – Qual seria a estratégia para o PMDB retomar o Poder Estadual?
 
CM – A oposição juntar o máximo de partidos aliados com o discurso de estabelecer um programa de governo eficiente. O PMDB já demonstrou competência quando foi governo, por isso até hoje é bem avaliado.

JH – Em caso de afastamento do PMDB com o DEM, como o senhor entende que ficará o relacionamento dos líderes partidários com o senador José Agripino?
 
CM – O senador sempre foi correto com o PMDB, porém essa pergunta só o senador José Agripino pode responder.

Fonte:  www.jornaldehoje.com.br