Os governadores que serão eleitos
em outubro encontrarão, no ano que vem, uma verdadeira bomba-relógio: o
crescimento acelerado do rombo dos regimes próprios de previdência dos estados.
Em 2017, o déficit com o pagamento de aposentadorias e pensões nos estados
superou R$ 93 bilhões, segundo dados preliminares da Secretaria de Previdência
obtidos pelo GLOBO. Em 2011, essa diferença entre as contribuições dos
servidores e os pagamentos era de R$ 24,6 bilhões. Ou seja, o buraco do sistema
quase quadruplicou em seis anos e já supera a soma dos gastos dos governos
estaduais com saúde (R$ 90,3 bilhões) e segurança (R$ 73,4 bilhões) em 2017. O
montante se aproxima de quase todo o investimento feito pelos estados em
educação no ano passado: cerca de R$ 108 bilhões. Essa foi a primeira vez que o
rombo superou as despesas estaduais com saúde.
Já
a receita com as contribuições previdenciárias dos servidores e a parte
patronal (do estado) cresceu menos, 64%, ampliando a defasagem. Passou de R$
42,6 bilhões em 2011 para R$ 70 bilhões no ano passado.
A situação é mais grave em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
O economista Fábio Giambiagi alerta que os novos governadores não escaparão de dificuldades financeiras, porque as despesas com previdência estão comprometendo parcelas crescentes dos orçamentos, reduzindo o espaço para o investimento em obras e serviços públicos.
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