Para garantir a sobrevivência política de algumas siglas ou
fortalecer blocos governistas e oposicionistas, a onda de fusões
partidárias promete iniciar 2015 em alta. Na base de sustentação de
apoio ao segundo governo da presidente Dilma Rousseff, a principal
manobra começa a ser feita pelo ex-prefeito de São Paulo e presidente do
PSD, Gilberto Kassab. Ele pretende recriar o Partido Liberal (PL),
atrair parlamentares que estão insatisfeitos na oposição e, depois,
fundir a legenda ao PSD. Para aumentar a sua musculatura, o recém-criado
Pros tenta atrair o PDT e o PCdoB. Na oposição, mesmo com divergências e
dificuldades impostas pelas regras eleitorais, existe ainda a
possibilidade remota de uma fusão entre PPS, Solidariedade e PSB.
Até o momento, a estratégia mais avançada é a que foi traçada por
Kassab, bastante cotado para assumir o Ministério das Cidades. O plano é
pragmático e já está em curso. A recriação do PL é um mecanismo para
driblar as regras eleitorais sem cometer ilegalidades de fato. Em 2011,
quando fundou o PSD, muitos parlamentares queriam migrar para a nova
legenda, no entanto, não havia segurança jurídica que garantisse o tempo
de televisão para que pudessem concorrer nas eleições municipais de
2012. Às vésperas do prazo final, o TSE decidiu favoravelmente e
determinou que o PSD teria direito ao tempo para a disputa do pleito.
O problema é que já havia se esgotado o prazo de filiação partidária,
um ano antes da disputa eleitoral. Agora, uma resolução do TSE diz que
uma nova agremiação não pode incorporar o tempo de propaganda de rádio e
televisão da legenda antiga sem realizar a fusão. É aí que entra o
plano de Kassab. Os parlamentares pulam para o partido novo, no caso o
PL, e o mesmo se funde ao PSD, dando ao parlamentar os minutos tão
desejados de propaganda eleitoral.
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